Crítica: A Vida é Bela (Roberto Benigni)


Esse é um clássico que estava na minha lista já fazia um tempo. É difícil colocar em palavras (e sem dar spoilers que estraguem a experiência do leitor ao assistir o filme) o quanto esse filme me emocionou, é simplesmente lindíssimo, extremamente tocante do início ao fim.
A Vida é Bela é um filme italiano de 1997 dirigido e protagonizado por Roberto Benigni, que mereceu todos os prêmios que conquistou com a obra: Óscar em 1999 como melhor filme em língua estrangeira, melhor ator e trilha sonora, além de ser vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Cannes em 1998.

Eu concordo tanto com as premiações deste filme, que devo ressaltar que dentre todos meus diretores prediletos, sempre apreciei os que também atuam em seus filmes (como o Tarantino e o Shyamalan), mas essa direção com atuação me tocou de tal forma, que eu não consigo pensar em algo melhor já visto por mim, inclusive é impressionante justamente por se tratar de uma comédia dramática, que eu considero um gênero que deve ser muito bem escrito, trabalhado e atuado para que atinja o objetivo, que é emocionar ao mesmo tempo que diverte (até porque confesso que não sou muito fã de comédias). Quanto à premiação de trilha sonora, não poderia haver melhor, eu simplesmente amei as composições de Nicola Piovani, aliás eu adoro música clássica e realmente dá outra ênfase para as cenas (inclusive estou nesse exato momento em que escrevo, ouvindo com o coração super mole a trilha sonora). 

A Vida é Bela conta a história de Guido (Roberto Benigni), um homem engraçadíssimo e encantador, que se apaixona por Dora (Nicoletta Braschi), uma moça já comprometida com um ricaço, mas consegue conquistar seu coração verdadeiramente e os dois se casam por verdadeiro amor e tem um filho. A família vive feliz até o momento em que as ameças nazistas se tornam concretas e Guido e seu pequeno filho são levados para um campo de concentração, pois são judeus. A partir daí, Guido usa ao máximo seu humor, mesmo em uma situação tão triste e difícil, para que seu pequeno Giosuè não sofra tanto, mesmo naquele lugar. Guido então vai contornando as situações e protegendo seu filho no campo de concentração fazendo o garoto acreditar que aquilo tudo se trata de um jogo onde o prêmio final é inacreditável. 


As cenas desse filme que mais me tocaram foram  as últimas cenas e última aparição de Guido...a dinâmica da brincadeira com o filho para protegê-lo e a dedicação incondicional desse pai são de partir, moer e triturar o coração de qualquer durão e ao mesmo tempo enchê-lo de amor. Não há como conter as lágrimas no contexto todo que esse filme traz. Outra cena que me comoveu demais é quando Dora insiste em entrar no trem de judeus rumo ao campo de concentração, porém fica afastada de seu marido e filho na ala das mulheres e Guido se comunica com ela pela sala de rádio escondido quando ela já achava que não haviam mais esperanças (não há como não chorar nessa parte, difícil imaginar como seria sobreviver emocionalmente à uma situação daquela, quando tudo que você quer é sair dali e abraçar sua família, mas só de saber que estão vivos já é algo maravilhoso).
Algo que eu gostei muito nesse filme, é a citação de Schopenhauer que se torna engraçadíssima e encantadora no contexto que é trazida no filme. Se trata de um filme com várias lições e que realmente prova que sim, a vida pode ser bela, vamos nos deixar aprender um pouco com Guido sobre isso.


Gosto bastante de ressaltar a importância de valorizarmos o cinema estrangeiro como um todo, porquê hoje eu percebo que há uma supervalorização do que é estadunidense, e as vezes até percebo que filmes são escolhidos mais pelos atores do que pela temática em si, e se esquece ou se subestima obras desse tipo, que são maravilhosas e tem muito a nos oferecer. Os filmes mais tocantes e com temáticas mais intensas que eu já assisti foram do cinema foram espanhóis, franceses e agora, essa belíssima obra italiana. 
Recomendo demais que as pessoas expandam o universo cinéfilo e sintam as ótimas experiências que filmes de diversos lugares e diversas culturas podem trazer, não irão se arrepender disso !


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